quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Blindness

O filme Blindness (2008), realizado por Fernando Meirelles e baseado no livro do José Saramago, até começou muito bem. A cegueira branca é uma metáfora sumarenta e constitui um desafio aliciante para qualquer cineasta. Tudo parecia prometer um espectáculo cinematográfico grandioso, mas o resultado final é um pouco decepcionante. O realizador quis começar a construir a casa pelo telhado e preocupou-se mais em vender uma ideologia do que contar uma boa história. As inverosimilhanças e incongruências de Blindness são demasiado flagrantes (por exemplo, nunca se explicou muito bem o encarceramento dos cegos e as condições miseráveis em que era feito) para que o espectador inteligente seja persuadido a reflectir sobre o que quer que seja.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Easy Jet

Voar entre Lisboa e o Funchal ficou mais fácil. A Easy Jet passou a assegurar a ligação aérea e rompeu com um monopólio de décadas da Tap. Os madeirenses têm excelentes razões para festejar. É verdade que a empresa inglesa não presenteia os seus passageiros com uma refeição ligeira (i.e. uma carcaça e um sumo concentrado) mas em tudo o resto é melhor que a congénere portuguesa: preços, pessoal de bordo, assistência em terra. O que torna, porém, a Easy Jet não só mais eficiente mas também mais decente e honesta que a Tap é a pontualidade dos voos. A pontualidade não é apenas um gesto de cortesia mas um verdadeiro dever ético e moral. Os protestantes, por exemplo, acreditam que todos os nossos minutos serão contabilizados perante Deus no Dia do Juízo Final. Palpita-me que, quando chegar a hora, o Pinto Amaral e seus colaboradores terão muitas explicações a dar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Escape from L.A.

O filme Escape from L.A. (1996) deve ser visto várias vezes. Ver só uma vez não chega, porque não conseguimos absorver todos os pormenores desta obra extraordinária de John Carpenter. Um desses pormenores expressivos é a presença de crianças no corredor dos deportados. É expressivo porque revela a demência a que chegou a América de Carpenter. Num Estado de Direito decente, as crianças são absolutamente inimputáveis e, mesmo que pratiquem factos que sejam objectivamente crimes, apenas poderão estar sujeitas a medidas tutelares de protecção, assistência ou educação. Ou, pior ainda, talvez aquelas crianças do futuro não tenham praticado crime algum e estejam a pagar pelos supostos erros dos pais, como sucedeu com os meninos judeus na Alemanha nazi. É caso para dizer, citando o protagonista do filme, que «quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam na mesma».

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quantum of Solace

Há um momento de Quantum of Solace (2008) que mais se assemelha a um acto de contrição do próprio filme. Após ter sido surpreendida por um agente duplo, M questiona a sua capacidade para escolher colaboradores. O mesmo problema – má escolha dos colaboradores – está na origem do fiasco do filme. A culpa cabe ao produtor, já que é ele quem coordena, supervisiona e dirige a escolha do pessoal e, no caso deste novo Bond, as escolhas estavam todas erradas: Mathieu Amalric foi um vilão desastrado, o montador chacinou as sequências de acção e o argumentista não escreveu uma fala espirituosa que fosse nem percebe o que quer que seja de política internacional.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama

Os advogados conhecem bem a importância do silêncio. Os melhores causídicos não são os que proferem alegações longas e eloquentes, mas os que sabem calar a boca na altura certa. Barack Obama, como brilhante advogado que é, fez um excelente uso do silêncio ao longo da sua campanha. Nunca respondeu na mesma moeda aos ataques pessoais, aos insultos racistas e às insinuações porcas (v.g. a suposta amizade com terroristas) e manteve-se superior aos adversários. O segredo do seu sucesso está sobretudo aí, mais do que nos discursos – aliás emocionantes e inspirados.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hugh Laurie

Hugh Laurie estreou-se na literatura com The Gun Seller. O romance é uma novidade na carreira de Laurie mas não é uma ruptura. Os fãs reconhecerão no livro o humor burlesco de A Bit of Fry & Laurie, o cinismo de Black Adder e a riqueza de pormenores de House. Porém, a sua qualidade mais marcante está no profundo conhecimento dos princípios dramáticos: Laurie é exímio na criação e gestão do suspense e, seja em cima de um palco ou nas páginas de um livro, sabe agarrar a atenção do público.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

George W. Bush

O Presidente George W. Bush é um dos protagonistas destas eleições. Toda a gente fala nele, mas não pelas melhores razões. Quem fala pior são os republicanos, a começar pelo McCain, cuja frase mais emblemática foi «I'm not President Bush». Curiosamente, o Bush também pensa mal dele próprio: quase nunca mostra a sua presidencial efígie na campanha e, quando mostra, é apenas para demarcar o candidato do seu partido e dizer que ele é um «reformista». O senhor sabe que se tornou pior que uma doença contagiosa e assemelha-se cada vez mais ao protagonista idealizado por Alfred Hitchcock que trazia o azar e a morte a todas as pessoas com quem lidava.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

domingo, 28 de setembro de 2008

Die Fälscher

O dilema moral descrito em Die Fälscher (2007) é fascinante. O filme conta a história de dois prisioneiros do campo de concentração de Sachsenhausen, cada qual com ideias muito próprias sobre a sua situação. Adolf Burger é mais idealista e recusa qualquer forma de cooperação com os nazis, mesmo que isso custe a sua vida e a dos seus companheiros. Já Salomon Sorowitsch é mais pragmático e prefere dialogar com os seus carrascos: «Prefiro morrer gaseado amanhã do que hoje por razão nenhuma». À primeira vista, Sorowitsch parece um oportunista sem escrúpulos, mas as coisas são, na verdade, mais complicadas. Ainda que as suas acções possam parecer egoístas, elas correspondem a um dever sagrado que é o da auto-preservação. E foram os seus compromissos com os nazis que permitiram salvar muitos dos companheiros presos. Apesar de não ser recompensado no final, Sorowitsch é o verdadeiro herói do filme.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mamma Mia!

O filme Mamma Mia! (2008) estava destinado a ser um êxito. A música dos Abba é a matéria-prima perfeita para um espectáculo destes, porque as suas canções celebram o melhor da vida e os musicais são precisamente o género mais sorridente e optimista. Esta natureza ligeira dos musicais foi lindamente descrita pela protagonista do filme Dancer in the Dark, de Lars von Trier: «I used to dream that I was in a musical, because in a musical nothing dreadful ever happens». Nada de terrível acontece, tudo termina em bem e sabemos que, por maiores que sejam as reviravoltas, as personagens de Mamma Mia! sairão sempre incólumes. Mesmo os momentos mais comoventes e intensos do filme – Meryl Streep interpreta brilhantemente The winner takes it all, os dois protagonistas cantam S.O.S. – não deixam de ter essa leveza. São lágrimas felizes.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Nelson Évora

É um senhor simpático, íntegro e excepcionalmente talentoso, mas gosto dele.

domingo, 10 de agosto de 2008

Wall Street

Michael Douglas ficou um pouco incomodado com a popularidade do seu Gordon Gekko. O vilão do filme Wall Street (1987) é um indivíduo odioso e sem escrúpulos, mas o público ficou encantado com o seu charme. Porém, Douglas não tem de ficar preocupado, porque a sua interpretação foi, na verdade, brilhante e a reacção dos fãs é a mais lisonjeira possível. Gekko é uma representação do mal absoluto, ele é o próprio diabo. E o diabo, à superfície, não tem nada de repugnante. Ele é mais sedutor, mais subtil e mais sofisticado que Deus, porque só assim consegue conquistar os corações dos homens. Gordon Gekko é o último representante de uma longa linhagem de diabos encantadores e cínicos que inclui o Mefistófeles de Goethe ou o caçador de Gotthelf. Mas ainda que represente o mal, ele é também, inconscientemente, uma força do bem. Através dos seus esforços para corromper e destruir o protagonista, Gekko força-o a reagir com acções positivas e é, por isso, o agente da sua salvação final.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

The Dark Knight

A sequência da caverna no primeiro Batman, de Tim Burton, é muito reveladora. O protagonista fala dos morcegos que cobrem o tecto da caverna e diz que são «great survivors». É um belo momento de auto-reflexividade, porque a capacidade de sobrevivência do mito criado por Bob Kane é, na verdade, notável. Batman continua a resistir a todas as modas e conjunturas e os dois últimos filmes de Christopher Nolan vieram assegurar a sua longevidade. Não são nenhum deslumbramento, mas são as obras adultas e credíveis que a série, depois do fiasco de Joel Schumacher, precisava. Também o novo Joker, brilhantemente interpretado por Heath Ledger, é mais intenso, mais humano, mais assustador. É o vilão ideal para um filme como The Dark Knight. A actuação de Ledger é memorável e a tão falada nomeação póstuma para os óscares seria um prémio justíssimo, além das maravilhas que faria pelos níveis de audiências da cerimónia.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Metropolis

«Lost scenes from the sci-fi classic "Metropolis," recently discovered in the archives of a Buenos Aires museum, were shown to journalists for the first time in decades on Thursday.

A long-lost original cut of the 1927 silent film sat for 80 years in a private collection and then in the Museum of Cinema in Buenos Aires, where it was discovered in April with scratched images that hadn't been seen before.

Museum director Paula Felix-Didier said theirs is the only copy of German director Fritz Lang's complete film.

"This is the version Fritz Lang intended," said Martin Koerber, a curator at the Deutsche Kinemathek film museum in Berlin, Germany.»
(more)

terça-feira, 22 de julho de 2008

The Happening

The Happening (2008) é a aposta mais arrojada de M. Night Shyamalan. Desta vez, o talentoso realizador quis fazer um filme catástrofe com o mínimo de meios que fosse possível. Efeitos visuais, banda sonora e argumento foram reduzidos à sua expressão mais singela. Tudo o que M. Night Shyamalan precisa para filmar convincentemente o fim do mundo é de uma câmara e alguns actores, mais nada. Por enquanto, não se pode dizer que esta aposta tenha sido totalmente ganha. Os críticos americanos parecem não ter compreendido o filme e falam em incongruências, inconsistências e inverosimilhanças. Mas o tempo é um excelente conselheiro nestas coisas e não deixará de favorecer esta brilhante obra.

domingo, 20 de julho de 2008

Norman Mailer

O romance The Castle in the Forest (2008), de Norman Mailer, procura explicar as origens de Hitler. Mailer acredita que o líder nazi, ainda que não deixe de ser moralmente responsável pelos seus crimes, poderá ter sido manipulado por forças demoníacas. É uma possibilidade extraordinária, mas não deixa de ser historicamente rigorosa ou relevante. O trabalho dos historiadores não consiste apenas numa síntese de factos particulares, mas também na concepção de hipóteses que expliquem as relações, nem sempre evidentes ou verificáveis, entre esses factos. Este carácter hipotético aproxima romance e história, conforme sublinhou o próprio Norman Mailer: «If the novel is good enough, in the end what is created is a mental reality that is very useful for others to contemplate when they’re reading history. In other words, it’s almost as if this is not the way it happened, but keep this in your mind when you’re reading about what did happen, because it may offer insights that you wouldn’t have just by sticking to the facts.»

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Armin Mueller-Stahl

Armin Mueller-Stahl é um actor excepcional. Mas é também um artista subaproveitado, porque muitos dos trabalhos que lhe dão não estão à altura do seu talento. Vimo-lo sobretudo em papéis mais ou menos secundários, como o jurado de 12 Angry Men ou o mafioso russo de Eastern Promises. Porém, o Mueller-Stahl confirma que em cinema não há papéis pequenos. A sua presença deixa uma marca profunda e silenciosa em todos os filmes e assegura que, venha o que vier, o dinheiro do bilhete foi bem investido. Não é um actor, é um anjo da guarda.

sábado, 12 de julho de 2008

Vai Tudo Abaixo

Vale a pena ouvir a dupla Tonzinho e Vininha no programa Vai Tudo Abaixo. Os dois músicos brasileiros interpretam temas de bossa nova que são notáveis sobretudo pelas suas letras. As palavras não são tomadas no seu sentido literal e a graça está precisamente aí: mágoa substitui pachacha, dor substitui pila e sofrimento surge em vez de queca. Ou seja, as palavras significam aquilo que os músicos querem que elas signifiquem. Isto faz da dupla brasileira o número mais poético do programa. A essência da poesia está nessa dissociação permanente de significantes e significados. A linguagem altera-se, renova-se, ganha asas.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Se7en

«[...]The point of that scene in part was to continue heaping on this idea that this is a world where there are nothing but awful ugly choices people have to make. What would ordinarily be happiness gets contorted by reality and it weighs on them like a heavy suffocating dirty coat or like constant rain, or a foul smell that won't go away. It creates sympathy for the Gwyneth Paltrow character and leaves you wondering which unpleasant path is she going to take and adds more to the tragedy later. Not that it should make my opinion weightier but I spent a lot of time working on the film. I (with others) made gluttony and sloth. I know Morgan Freeman is known for playing wise but in this movie and in that scene he isn't giving the advice he would like to give in a normal world. He is giving advice for the stinking world he lives in. You think he enjoyed giving the advice kill the baby and lie about it? Of course not. It stank in his gut. There is no sunshine in Seven. No joy. No happy retirement or rest. No happy endings for anybody. This isn't a movie where there is the possiblility of the thought of happily bouncing a baby on your knee. Where does giving advice about hope and making pleasant choices fit into this movie? Seven is about normal thoughts twisted around barbed wire. It was all the more depressing because when Seven came out the world seemed to be swimming in these murky no win questions.»

(in http://www.rottentomatoes.com/vine/showthread.php?t=160107&page=8&pp=30)

terça-feira, 8 de julho de 2008

The Forbidden Kingdom

O filme The Forbidden Kingdom (2008) começa em grande. A sequência dos créditos iniciais é memorável não só pelo seu colorido, mas também pelo seu poder de síntese. As imagens de Lau Kar-leung, Bruce Lee, Jimmy Wang Yu e outros gigantes resumem na perfeição a essência deste magnífico filme, legatário da tradição longa e prestigiosa dos filmes de artes marciais. Porém, o realizador Rob Minkoff não se limita a imitar os seus antepassados. Muitas vezes, as referências ao cinema de Hong Kong são irónicas e mordazes. E se as suas raízes são inequivocamente chinesas, o seu ritmo, a sua mise en scène e a sua filosofia são apelativos para os públicos de todas as culturas e idades.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Portugal

Não há nada mais português que a cunha. A cunha consiste na recomendação de uma pessoa influente e está profundamente entranhada nas mentalidades e nos hábitos dos portugueses. No nosso país, não é possível fazer o que quer que seja sem ela. Não se consegue arranjar um emprego decente, ganhar um concurso público ou obter colocação na faculdade de medicina sem meter uma cunha; o mérito individual conta pouco ou quase nada. Isto demonstra que o pensamento moral predominante entre nós é o da parcialidade. A generalidade dos portugueses supõe que a moralidade começa com os deveres com amigos, familiares e colegas e mais do que isso não é necessário. Porém, um raciocínio moral destes é insuficiente. Para realmente sermos pessoas decentes, devemos procurar ser imparciais, porque o bem-estar de cada pessoa é igualmente importante e todos são igualmente dignos de respeito.

A mentalidade dos nossos empresários é um caso flagrante de parcialidade. Ao contrário do que ocorre na maioria das economias de mercado do mundo, nas grandes empresas portuguesas é o princípio da cunha que rege a gestão e transmissão de poder. Enquanto que normalmente as direcções e os dirigentes dos grandes grupos internacionais são escolhidos segundo o mérito dos candidatos, em Portugal o que conta quase sempre é a sua origem e o seu apelido. A continuidade das empresas familiares é um objectivo abertamente assumido pelas famílias abastadas, que constituem as elites económicas, sociais e por vezes também políticas de Lisboa e Porto. Partilham interesses, ideais e modos de comportamento. E formam uma rede estreita de interesses, que dificulta o acesso do exterior.

sábado, 5 de julho de 2008

Aristides de Sousa Mendes

Ainda há muitos portugueses que não sabem quem foi Aristides de Sousa Mendes. Porém, o nosso País deve-lhe imenso. As suas decisões enquanto cônsul de Portugal em Bordéus representaram, muito provavelmente, a maior acção de salvamento por um único indivíduo durante o Holocausto. Tudo começou em Maio de 1940, quando Sousa Mendes foi confrontado com um dilema doloroso: obedecer às ordens de Salazar e negar os vistos portugueses aos refugiados que chegavam a Bordéus, ou seguir o apelo da sua consciência e emitir os vistos que significavam a diferença entre a vida e a morte para muitas pessoas, sobretudo judeus. Sousa Mendes tinha tudo a perder: o apreço do regime de Lisboa, uma carreira diplomática de 30 anos e sobretudo a segurança dos 12 filhos que tinha a seu cargo. Mesmo assim, optou pelo mais difícil e, ao arrepio das advertências que chegavam do gabinete de Salazar, decidiu ajudar os fugitivos que se acumulavam à porta do seu consulado.

Quando Aristides de Sousa Mendes regressou a Portugal em 9 de Julho de 1940, aguardava-o uma ironia terrível: o diplomata, que havia auxiliado milhares de refugiados, tornava-se agora, também ele, num refugiado. Salazar, que nunca teve sequer a dignidade de conceder uma audiência ao cônsul, foi implacável e não lhe perdoou a audácia. Depois de um processo disciplinar miserável, veio o desemprego, a pobreza e o desespero. Nos momentos de maior angústia, Sousa Mendes foi forçado a recorrer à sopa dos pobres judaica para poder alimentar a família. Mais: finda a guerra, Salazar colheu com enorme hipocrisia os louros do auxílio a milhares de estrangeiros, um mérito que na realidade nunca pertenceu ao regime mas sim a Sousa Mendes e ao povo português. O cônsul morreu a 3 de Abril de 1954, arruinado mas de consciência tranquila, no Hospital da Ordem Terceira, uma clínica gratuita para os pobres dirigida pelos Franciscanos.

It's alive!