The Debt (2011), com a Helen Mirren, coloca uma questão controversa. Num dos momentos mais intensos e inquietantes do filme, o nazi Dieter Vogel acusa os judeus de cobardia e mesquinhez e diz que um povo desses merecia ser exterminado. Vogel apresenta alguns argumentos, designadamente a passividade dos prisioneiros dos campos de concentração e a falta de solidariedade entre eles. Porém, um olhar mais atento desmente esta ideia. Não só porque os prisioneiros dos campos estavam indefesos, isolados e fisicamente debilitados, mas também porque houve, na realidade, inúmeros actos de heroísmo e solidariedade: o detido que compartilhava a ração diminuta, o sapateiro que reparava o calçado em segredo ou o sacerdote que concedia ao crente as últimas consolações da fé. A simples sobrevivência a esses horrores indescritíveis era, só por si, uma rebelião.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
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